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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Questão Racial No Brasil: é mais do que um problema de preconceito racial!

Questão Racial No Brasil: é mais do que um  problema de preconceito, é um problema social, uma questão de Justiça e Igualdade!

O Brasil foi o último país do continente americano a abolir a escravidão, através da Lei Áurea em 13 de maio de 1888.   Desde então, os negros no Brasil buscam qualificação profissional, melhores oportunidades de trabalho, reconhecimento e  chances equalitárias na carreira profissional, melhor distribuição de renda, melhor nível de vida e ascensão social. Entretanto, passados 126 anos da abolição da escravatura, ainda nos deparamos com cenas de racismo, constatamos a existência um racismo velado dentro das empresas, quer seja no  comércio, na indústria ou nos prestadores de serviços. Os negros e pardos ainda são vistos como profissionais de baixa qualificação, bons prestadores de serviços braçais, o motorista, a doméstica, a faxineira, a babá, o jardineiro, o segurança, a cozinheira.... 
Resquícios da Escravidão!
Precisamos transformar esse país, virar esse jogo!

Segundo  informou a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, em 2013 os negros ganhavam, em média, R$ 1.374 por um mês trabalhado. Já os trabalhadores brancos recebiam R$ 2.396 por uma jornada equivalente.  Diferença de 57%.

Uma recente pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) diz que no país há cerca de 97 milhões de pessoas negras (pretas ou pardas),contra 91 milhões de brancos. Entretanto , essa maioria negra, no âmbito acadêmico é de apenas  11% de estudantes.

No Rio Grande do Sul, o índice de estudantes negros em instituições de ensino superior é muito baixo.  Pesquisas recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) indicam que a taxa de analfabetismo entre negros e pardos é de 26,7%. Entre os brancos, esse número fica em 5,9%.

Menores rendimentos e menor escolaridade significam menores condições de mobilidade social e, consequentemente, a redução da esperança de vida. Uma pessoa que viveria 73 anos não passa dos 67 simplesmente por ter nascido negra no Brasil.

Estes números assustam? É a nossa realidade!

No começo deste século o economista Marcelo Paixão calculou que levaríamos mais 160 anos para equilibrar essa equação.

Não existe igualdade. Enquanto a elite branca estuda nos melhores colégios particulares, aprendendo inglês, francês, espanhol desde os 6 anos de idade,  viajando pela Europa nas férias, o jovem negro está no ensino público e muito provável trabalhando para ajudar na renda familiar. As crianças de classe média, basicamente de pele branca, começam a frequentar às  escolas infantis com 2/3 anos de idade: com aulas de inglês, ballet, artes cênicas, informática, pintura, judô, infraestrutura completa; com  especialistas como pedagogas, nutricionistas, fonaudiólogas, além de   professores qualificados e bem remunerados  a disposição; enquanto isso as crianças das classes baixas, na maioria negras e mestiças, entram na escola pública com 06/07 anos. Escolas com telhado quebrado e goteiras, rede elétrica exposta, sem qualquer manutenção, banheiros, carteiras e cadeiras quebrados, professores em greve 02 vezes por ano.  Nas férias, ficam brincando soltas nas ruas das vilas, enquanto os pais trabalham para o sustento da família! Isso não é igualdade!

Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) os debates em torno de ações afirmativas de cotas surgiram em 2004. Pasmem, muitos argumentavam que a entrada de negros na UFRGS iria baixar o nível de ensino, atrapalhando a evolução dos outros alunos. Aonde chega o egoísmo e soberba do ser humano...
Em 2006 foi designada pelo  reitor  uma Comissão Especial para elaborar programas de ações afirmativas na UFRGS. Entretanto, dias antes de decidir se adotava ou não o sistema de cotas raciais e sociais, a UFRGS  amanheceu com.seus prédios pichados com ofensas racistas do tipo: “Negros só se for na cozinha”, “Lugar de macaco é no zoológico” e “Voltem para senzala, cotas não”.

E ainda afirmam que no Brasil não existe racismo!

O sistema de cotas, é um pequeno acelerador para retirar as pessoas da naturalização da miséria, um meio temporário de correção histórica da condição imutável da pobreza. É essencial  neste país  amaldiçoado pela escravidão e eliminação dos povos indígenas.

O programa de cotas na UFRGS foi aprovado em 2007 e regulamentado pela Decisão no 134/2007 do Conselho Universitário. Na instituição são designadas 15% de vagas para alunos vindos de escolas públicas e outros 15% a alunos autodeclarados negros, que também devem ter obtido sua escolaridade na rede pública. Caso não haja preenchimento dessas vagas pelas cotas, elas retornam para o acesso universal.
Contudo, o ingresso dos negros na universidade é apenas o primeiro passo de uma série de desafios. Manter-se nela é tão difícil quanto passar no vestibular. 

È minha gente, muito ainda precisa ser feito para que nosso povo, a grande massa das classes mais baixas tenham chances e oportunidades de crescimento e evolução social. Não falo somente das pessoas negras ou pardas – ainda que todos saibam que esses são os que compõem a grande fatia das classes “C”, “D” e “E”. A sociedade como um todo precisa se conscientizar que melhor distribuição de renda, moradia e saneamento básico, melhores escolas públicas, formação de professores qualificados, resultaram  numa sociedade mais justa, mais equalitária, mais pacífica, mais harmoniosa....
Mas não basta saber disso, é preciso agir nesse sentido.
Não ao Racismo! Não ao Preconceito Social!

Sim às Cotas na Universidades e Concursos Públicos
Vamos fazer desse País, um Lugar para Todos, com iguais oportunidades!
Afinal, somos um Povo formado por uma miscigenação de raças: o brasileiro não é branco, não é preto, não é amarelo, não é vermelho...o sangue, o DNA do brasileiro é um MIX!! 

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