Questão Racial No Brasil: é mais do que um problema de preconceito, é um problema social, uma questão de Justiça e Igualdade!
O Brasil foi o último país do continente americano a abolir
a escravidão, através da Lei Áurea em 13 de maio de 1888. Desde
então, os negros no Brasil buscam qualificação profissional, melhores
oportunidades de trabalho, reconhecimento e chances equalitárias na carreira profissional,
melhor distribuição de renda, melhor nível de vida e ascensão social.
Entretanto, passados 126 anos da abolição da escravatura, ainda nos deparamos
com cenas de racismo, constatamos a existência um racismo velado dentro das
empresas, quer seja no comércio, na
indústria ou nos prestadores de serviços. Os negros e pardos ainda são vistos como
profissionais de baixa qualificação, bons prestadores de serviços braçais, o
motorista, a doméstica, a faxineira, a babá, o jardineiro, o segurança, a
cozinheira....
Resquícios da Escravidão!
Precisamos transformar esse país, virar esse jogo!
Segundo informou a Pesquisa
Mensal de Emprego (PME), do IBGE, em 2013 os negros ganhavam, em média, R$
1.374 por um mês trabalhado. Já os trabalhadores brancos recebiam R$ 2.396 por
uma jornada equivalente. Diferença de
57%.
Uma recente pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) diz que no país há cerca de 97 milhões de pessoas negras (pretas ou pardas),contra 91 milhões de brancos. Entretanto , essa maioria negra, no âmbito acadêmico é de apenas 11% de estudantes.
No Rio Grande do Sul, o índice de estudantes negros em instituições
de ensino superior é muito baixo. Pesquisas recentes do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatísticas (IBGE) indicam que a taxa de analfabetismo entre
negros e pardos é de 26,7%. Entre os brancos, esse número fica em 5,9%.
Menores rendimentos e menor escolaridade significam menores condições de
mobilidade social e, consequentemente, a redução da esperança de vida. Uma
pessoa que viveria 73 anos não passa dos 67 simplesmente por ter nascido negra
no Brasil.
Estes números assustam? É a nossa realidade!
No começo deste século o economista Marcelo Paixão calculou que levaríamos
mais 160 anos para equilibrar essa equação.
Não existe igualdade. Enquanto a elite branca estuda nos melhores
colégios particulares, aprendendo inglês, francês, espanhol desde os 6 anos
de idade, viajando pela Europa nas
férias, o jovem negro está no ensino público e muito provável trabalhando
para ajudar na renda familiar. As crianças de classe média, basicamente de pele
branca, começam a frequentar às escolas
infantis com 2/3 anos de idade: com aulas de inglês, ballet, artes cênicas,
informática, pintura, judô, infraestrutura completa; com especialistas como pedagogas, nutricionistas,
fonaudiólogas, além de professores
qualificados e bem remunerados a
disposição; enquanto isso as crianças das classes baixas, na maioria negras e mestiças,
entram na escola pública com 06/07 anos. Escolas com telhado quebrado e
goteiras, rede elétrica exposta, sem qualquer manutenção, banheiros, carteiras
e cadeiras quebrados, professores em greve 02 vezes por ano. Nas férias, ficam brincando soltas nas ruas
das vilas, enquanto os pais trabalham para o sustento da família! Isso não é
igualdade!
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) os debates em torno
de ações afirmativas de cotas surgiram em 2004. Pasmem, muitos
argumentavam que a entrada de negros na UFRGS iria baixar o nível de
ensino, atrapalhando a evolução dos outros alunos. Aonde chega o egoísmo e
soberba do ser humano...
Em 2006 foi designada pelo reitor
uma Comissão Especial para elaborar
programas de ações afirmativas na UFRGS. Entretanto, dias antes de decidir
se adotava ou não o sistema de cotas raciais e sociais, a UFRGS amanheceu com.seus prédios pichados com
ofensas racistas do tipo: “Negros só se for na cozinha”, “Lugar de macaco
é no zoológico” e “Voltem para senzala, cotas não”.
E ainda afirmam que no Brasil não existe racismo!
O sistema de cotas, é um pequeno acelerador para
retirar as pessoas da naturalização da miséria, um meio temporário de correção
histórica da condição imutável da pobreza. É essencial neste país
amaldiçoado pela escravidão e eliminação dos povos indígenas.
O programa de cotas na UFRGS foi aprovado em 2007 e regulamentado
pela Decisão no 134/2007 do Conselho Universitário. Na instituição são
designadas 15% de vagas para alunos vindos de escolas públicas e outros
15% a alunos autodeclarados negros, que também devem ter obtido sua
escolaridade na rede pública. Caso não haja preenchimento dessas vagas
pelas cotas, elas retornam para o acesso universal.
Contudo, o ingresso dos negros na universidade é apenas o primeiro passo
de uma série de desafios. Manter-se nela é tão difícil quanto passar no
vestibular.
È minha gente, muito ainda precisa ser feito para que nosso povo, a
grande massa das classes mais baixas tenham chances e oportunidades de
crescimento e evolução social. Não falo somente das pessoas negras ou pardas –
ainda que todos saibam que esses são os que compõem a grande fatia das classes “C”,
“D” e “E”. A sociedade como um todo precisa se conscientizar que melhor
distribuição de renda, moradia e saneamento básico, melhores escolas públicas,
formação de professores qualificados, resultaram numa sociedade mais justa, mais equalitária,
mais pacífica, mais harmoniosa....
Mas não basta saber disso, é preciso agir nesse sentido.
Não ao Racismo! Não ao Preconceito Social!
Sim às Cotas na Universidades e Concursos Públicos!
Vamos fazer desse País, um Lugar para Todos, com iguais oportunidades!
Afinal, somos um Povo formado por uma miscigenação de raças: o brasileiro não é branco, não é preto, não é amarelo, não é vermelho...o sangue, o DNA do brasileiro é um MIX!!
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