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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Nascer, Morrer, Evoluir!!

A fragilidade da Vida. Nos últimos dias, três acontecimentos me fazem refletir sobre Vida & Morte.Duas palavras, dois sentidos aparentemente antagônicos.

Primeiro, foi um  episódio  relacionado a morte do Fernandão -  capitão do mundial e ídolo da torcida do Internacional, ocorrida dia 07/Junho num acidente de helicóptero.  Domingo passado, Dia dos Pais, dia de clássico Grenal no Beira-Rio,  e a torcida do arqui-rival Grêmio, satirizou e brincou ironicamente com a morte do Fernandão, cantando " Uuu,o Fernandão morreu, o Fernandão morreu, o Fernandão morreuuu...."

Lamentável. Triste. Uma total falta de sentimentos e valores.
Brincar, ironizar a  morte de um Ser Humano? Antes de ser craque, capítão, ídolo do Inter, Fernandão era uma vida, um homem jovem de 36 anos, que tinha mãe e pai, casado, pai de 03 filhos.
Inacreditável. Imperdoável. Um absurdo que nos entristece.
E  faz com que tenhamos  consciência da falta de valores éticos e morais do ser humano, falta de compaixão e solidariedade, falta de respeito e consideração.
Nada justifica!! Com a vida e a  morte não se brinca. Antes de qualquer coisa, RESPEITO!!

O segundo episódio, foi o suicídio do ator e humorista americano Robin Willians. Tento entender o que pode levar uma pessoa a abreviar a própria vida, e a única explicação plausível, para mim, é a de que essa pessoa necessariamente esta doente da mente e da alma. E não existe pior doença que a da alma; só ajuda psicológica ou psiquiátrica é insuficiente. Os antidepressivos, calmantes, soníferos, quaisquer que sejam os medicamentos, aliviam os sintomas mas não curam a causa; e no primeiro momento de lucidez  ( será que podemos falar em lucidez?), talvez seja mais apropriado usar  "primeiro momento de consciência plena" , as causas da doença emergem com toda força, e levam a vítima ao pior ...
É triste ver como uma pessoa pode ter tudo, e não ter nada!
Vejam o  Robin Willians, tinha sucesso profissional,  família,  fama, riqueza,  podia não estar bem financeiramente - mas no caso de ator americano consagrado, não estar bem, refere-se a não ter como fazer extravagâncias milionárias....mas não tinha paz de espírito, não tinha equilíbrio e paz interior, não tinha livre arbítrio, nem liberdade:  era um escravo do vício, um dependente químico.
E certamente essa dependência, lhe fez doente, insano, irracional. Acreditou que ao terminar com a vida física, era o fim dos problemas.
Desistiu de viver, desistiu de tentar, desistiu de acreditar em si.

Casos de viciados, buscarem no suicídio uma solução para seus problemas tem sido uma frequente. Na verdade, o vício já é um suicídio inconsciente e gradativo. O  vício já é uma fuga de sentimentos, emoções, ou fatos que a pessoa não consegue trabalhar internamente. Aquelas que conseguem socorro eficaz  em tempo hábil, sobrevivem ....

O terceiro e mais recente,  foi a tragédia que resultou na morte do candidato a presidência da República, Eduardo Campo. Ele e mais seis pessoas.
Assim como a morte do Fernandão,  classifico esta entre aquelas mortes que acontecem para nos fazer pensar e refletir sobre a fragilidade e finitude da vida. Vida, tão efêmera e  temporal.
À noite, aparecendo ao vivo nos televisores de todo Brasil, em entrevista ao Jornal Nacional, falando de seu programa de governo, seus sonhos, seu passado como governador do Estado de Pernambuco.
Na manhã seguinte, a notícia de um acidente aéreo em Santos...e o silêncio para sempre, nada de sonhos, planos de governo ou eleição:  a informação de que era o avião usado em campanha pelo candidato do PSB, e logo depois, a confirmação da morte de Eduardo Campos e toda sua comitiva de campanha chocou todos brasileiros. Marina Silva, a candidata a Vice na mesma chapa, deste vez não acompanhou a comitiva e se salva do fim trágico. Eduardo Campos morre no mesmo dia que seu avô Miguel Arraes, acontecida em 13/agosto/2005. Coincidência? Fatalidade? Brincadeira do destino?
Nunca saberemos, pois a Vida esta sempre a nos pregar peças. Como que caçoando da nossa fragilidade.
Num minuto estamos vivos, no outro, podemos estar mortos.

Todos nós temos consciência de nossa finitude, temos consciência do tênue fio que separa a Vida da Morte; mas vivemos ignorando ou querendo ignorar essa fragilidade, a temporalidade que é a nossa vida aqui na Terra. Não devíamos ficar chocados quando alguém jovem, cheio de sonhos e planos, morre. Sabemos que para morrer, basta ter nascido. Mas ficamos! Ficamos por que queremos acreditar que a morte só chega para os mais velhos, para os doentes, para os que estão na guerra, os excluídos ou aqueles que vivem no perigo. 
Não conseguimos conceber que a morte esta sempre a espreita, e pode bater nas nossas costas e dizer "Hei você!! Você mesmo...vim te buscar!" 
Mesmo aqueles que se dizem espiritualizados, nunca estão preparados para essa visita indesejada! São raras as pessoas que concebem e aceitam a morte como algo natural, parte do processo "nascer, crescer, morrer, evoluir ". 
Alguns nem crescem; outros, não evoluem! 
Dizem que  os orientais são mais preparados para enfrentar a morte do que nós, ocidentais! Não sei, não tenho tanta certeza disso.
Acho que faz parte da natureza humana, não apenas o instinto de sobrevivência, mas um instinto de querer  negar que somos finitos e que um dia iremos morrer.

A morte de pessoas famosas, populares ou conhecidas, de forma tão repentina, muitas vezes trágicas, nos deixa chocados. Enquanto isso,  as mortes no trânsito, na guerra do tráfico, por  falta de atendimento médico, etc...essas,  estão todos dias nos jornais e nas manchetes: a gente não estranha, não se choca mais! Ficamos insensíveis?
É preciso que um famoso, um artista, um politico morra para que a gente pare, pense, reflita sobre o VIVER e morrer !
Mas não vamos esquecer da parte mais importante do processo: é preciso que a gente reflita sobre o EVOLUIR.
E evoluir requer mais respeito, solidariedade, compaixão ao próximo. Requer ética e moral, aceitar as diferenças!
Riqueza, poder, sucesso e fama são coisas maravilhosas, se não forem o prioritário na nossa vida! Para que a nossa vida tenha real valor, é preciso  buscar o crescimento como pessoa, buscar o amor universal, buscar a felicidade nas pequenas coisas, encontrar a paz e harmonia dentro de nós.
EVOLUIR , essa é a nossa principal meta no Viver, caso contrário nossa Vida terá sido perdida!

Para terminar, um poema do eterno Mario Quintana

Inscrição para um portão de cemitério
Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce – uma estrela,
Quando se morre – uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
“Ponham-me a cruz no princípio…
E a luz da estrela no fim!”



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